domingo, 26 de junho de 2011

As contas Gilwell






Ao colocar-se as questão de dar aos escotistas, que tinham participado daquele curso inauguração, algo que  testemunhasse a conclusão com êxito, BP afastou a possibilidade de lhes conceder algo tão banal como um simples diploma ou certificado. Acreditando profundamente no valor intrínseco dos símbolos.
Decidiu reconhecer essa formação por meio de um insiginia que tinha para ele um intenso significado, ou seja duas modestas contas de madeira, pendentes de correia de couro pendentes em volta do pescoço: A “ insígnia da madeira”. Essa insígnia foi complementada com mais dois acessórios: o Lenço escoteiro e o arganel ou anilha.
A correias de couro e as contas de madeira tiveram origem africana, provenientes das campanhas militares de BP naquele continente e o lenço e o arganel no próprio Gilwell Park.
A correia usada como colar, foi oferecida a BP por um ancião africano durante cerco de Mafeking, como amuleto para trazer felicidade ao seu portador.
Encerra em si mesmo o ideal de felicidade que, para BP consistia em comprometer-se ao serviço de nosso semelhante  e em deixar o mundo um pouco melhor de como encontramos!
A correia, tem suas extremidades unidas por um nó de aselha e em cada ponta, fixadas as contas por um cote de uma volta. Quando a correia possuir duas contas, uma em cada ponta, significa que seu portador é escotista com a insígnia concluída. Três contas, uma em uma ponta e duas na outra, significa que seu portador é Diretor de Curso Básico (antigo assistente de Deputado de Chefe de Campo) surgido nos anos de 40. Quatro contas, duas em cada ponta, seu portador é Diretor de Curso Avançado( antigo Deputado Chefe de Campo).
A única e e exclusiva função ou cargo que possui seis contas é para o Diretor do Campo de Treinamento de Gilwell Park, e seus assistentes possui 5 contas desde o primeiro curso, sendo seu primeiro diretor Sir Percy Everet.
Como curiosidade histórica escoteira, quando os cursos para Chefes de Lobinhos foram iniciados, em 1921, os Escotistas aprovados recebiam, ao invés das contas de madeira, unhas de lobo. O Diretor de cursos Avançados de lobinhos (antigo Akelá Líder) recebia duas unhas.
As unhas fora logo substituídas por dentes de lobos. Com a crescente dificuldade em obtén-las, após 1923, foram substituídas pelas contas de madeira. Durante um ano os possuidores da insígnia fora distinguidos por uma terceira conta extra e esférica, usada acima do no de colar. Para o Ramo Lobinho era de cor amarela e ados escoteiros, verde. Esta conta durou cerca de dois anos e desde 1925 todos passaram a usar as contas, tal como conhecemos hoje.
É nas modernas contas de madeira que no entanto escondia o significado mais profundo que a intuição genial do Fundador consagrou em todo o Escotismo Mundial como o símbolo da Formação de Educadores Escoteiros.
As contas tiveram origem de um colar presenteado á B-P pelo rei Zulu, DINIZULÚ, durante a permanência  de B-P na África austral em reconhecimento pela superioridade guerreira e pelo tratamento digno dado ao rei e a seu povo. Este colar é de aproximadamente de 7 metros com mais de 2.000 contas de madeira  ( South African - Yellow ) passadas ao fogo. O colar original encontra-se no “ Badem-Powell House” em Londres.
O significado deste colar pode ser encontrado na sua utilização pelo Império Songhay que existiu na África Ocidental nos séculos XV a XVI  de nossa era, entre as insígnias reais da dinastia Askias.
Na sua origem, a conta de madeira passada pelo fogo, representava o tição do primeiro fogo acesso pelos antepassados primeiros ocupantes do território, e que os membros da família reinante dos Askias transmitiram de geração em geração como emblema do seu domínio sobre o solo.
Estas contas foram esculpidos de uma madeira africana de cor amarela e de medula macia, que deixava um  pequeno entalhe natural em cada extremidade da conta quando era trabalhada. Recordando para sempre tiçõesdo primeiro fogo dos antepassados, as evocam também o “fogo sagrado” transmitido sem interupção símbolo da fidelidade a um ideal, do compromisso com sua manutenção e desenvolvimento, testemunho da perenidade do vocação do Escotismo e da missão de educador dos adultos que nele se comprometem.
 Sinais de ligação de um povo a sua terra, elas simbolizam, enfim a dimensão comunitária do Escotismo e a sua relação privilegiada com a natureza. Por um lado, recordam que o Escotismo adquire todo o seu significado a todo o seu potencial educativo quando se enraíza em uma realidade local: quando, em fidelidade aos seus ideais e princípios fundamentais, sabe tirar partido de todas as possibilidades presentes no ambiente natural, social e cultural que o envolve, por outro lado, recordam ainda e também a atenção que o Movimento deve prestar as questões do ambiente e do ordenamento.
B-P não poderia, certamente, ter encontrado símbolo, mais rico e mais profundo da missão de dirigente, de educador no Escotismo. Na sua singeleza, as contas de madeira coexistem uma maravilhosa homenagem á civilizações africanas, reconhecendo até que ponto os seus costumes inspiraram um método educativo dirigido aos jovens de todo o planeta e, nesse sentido, são um símbolo do Homem Universal, de interdependência , da amizade e da cooperação entre os povos, em suma, da PAZ.
   

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